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HISTÓRIA

Conheça a história da Guitarra Baiana

Henrique Brinco*

Parente próximo do bandolim elétrico, a Guitarra Baiana representa um híbrido entre um cavaquinho e um bandolim, utilizando o calibre de cordas e a escala do primeiro e a afinação (Sól-Ré-Lá-Mi) do segundo. Inicialmente chamado de cavaquinho elétrico ou pau elétrico, foi rebatizado no final dos anos 70.

Pau Elétrico

 

Adolfo Antônio do Nascimento, mais conhecido como Dodô, fazia parte do conjunto Três e Meio, que animava festas e reuniões de finais de semana em Salvador, comandado por Dorival Caymmi. Com a saída de Caymmi em 1938, o grupo foi reestruturado e passou a contar com sete integrantes, incluindo Osmar Álvares Macedo.

Em 1942, Dodô e Osmar foram assistir à uma apresentação no Cine Guarani, onde o violonista clássico Benedito Chaves mostrou um violão elétrico pela primeira vez ao público local. Encantado com o instrumento, Dodô, que era técnico em eletrônica, construiu um violão igual ao de Benedito para ele e um cavaquinho para Osmar.

Como Dodô e Osmar tocavam instrumentos elétricos, e se apresentavam sozinhos, eles formaram  a 'Dupla Elétrica' e foi essa dupla, juntamente com mais um amigo, que em 1950 saiu pelas ruas de Salvador em cima de um carro todo estilizado e tocando os frevos mais elétricos do mundo. Estava criado também o Trio Elétrico.

 

Durante as apresentações, entretanto, o violão apresentava problemas de microfonia e eles eram obrigados a mudar de posição durante a performance e ficavam impossibilitados de tocar com o volume no máximo. Em um dos shows da dupla, Osmar percebeu que a caixa acústica do violão era responsável pelos barulhos indesejados. Para resolver o problema, Dodô substituiu a caixa por uma tábua de madeira. Assim surgiu o pau elétrico, que mais tarde ficou conhecido como guitarra baiana.

A Guitarra Baiana


A atual guitarra baiana de cinco cordas evoluiu a partir do pau elétrico ou cavaquinho elétrico. O instrumento consistia em um braço de um cavaquinho montado sobre um pedaço de jacarandá, um captador magnético caseiro e quatro cordas afinadas em quintas (Sól-Ré-Lá-Mi, ao modo do bandolim), resultando em um cruzamento eletrificado entre dois instrumentos acústicos, com uma 'caixa' completamente sólida.

O principal instrumentista da guitarra baiana, Armandinho Macêdo, discípulo de Jacob do Bandolim é grande celebridade do carnaval baiano no comando do Trio Elétrico de Dodô e Osmar. É filho de Osmar Macêdo, músico e idealizador do trio elétrico.

 

Armandinho inaugurou e batizou o novo Padrão Universal da Guitarra Baiana. Campo Harmônico aumentado, volume cúbico total de madeiras aumentado, braço encaixado no corpo até a ponte, Captador Hambuck mais grave no limite da região mais grave do instrumento, inserção de pedal Boss MT2 para dispensar pedaleiras nos ensaios e canjas, placas em Poliestireno e Aço Inox sinalizado, entrada de Jack e carregador de baterias, pintura craquelada em branco.

A guitarra baiana é fabricada lembrando a uma guitarra elétrica em miniatura, bem semelhante aos bandolims do tipo mandocaster norte-americanos, muitas vezes baseado no modelo stratocaster, com cutaways e avalanca de trêmolo ou whammy bar.

Guitarra Baiana VS Guitarra Elétrica


Poucas pessoas sabem, porém, que o pequeno instrumento não é, de forma alguma, uma imitação de absolutamente nada. Na época, os inventores sequer sabiam da existência da Guitarra Elétrica, cada vez mais popular nos Estados Unidos.

A guitarra baiana pode reivindicar uma origem particular e distinta na linha dos instrumentos elétricos 'pré-históricos' de corpo sólido. Dodô e Osmar nunca registraram a invenção, e apenas no final dos anos 40 tomaram conhecimento da existência de guitarras elétricas de corpo sólido feitas nos Estados Unidos.

 

Fonte: http://www.ibahia.com/detalhe/noticia/conheca-a-historia-da-guitarra-baiana-tema-do-carnaval-2013/

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